Família pede justiça no caso da mulher morta em clínica de São Gonçalo
Corpo de Amanda ainda está no IML de Tribobó
A dor da perda de Amanda da Silva Barros, de 30 anos, é indescritível para sua família. Ela faleceu enquanto realizava um procedimento na Clínica Endoscorpus, no Centro de São Gonçalo, nesta quinta-feira (09). Amanda estava se submetendo a uma aplicação de balão intragástrico, um procedimento que, segundo a clínica informou aos familiares, causou uma parada cardiorrespiratória na vítima.
Na entrevista, a enfermeira Nathalie Barros, tia de Amanda, visivelmente emocionada, expressou a angústia que toma conta da família, acrescentando que não sabia que a sobrinha faria tal procedimento. “Era a mais velha das sobrinhas. Ela tinha um coração maravilhoso, uma risada contagiante e era cheia de sonhos. Agora, a dor é imensa, e o que não queremos é dinheiro, mas justiça. A clínica tem que responder pelo erro grotesco que levou a vida da minha sobrinha”, disse.
A enfermeira acrescentou ainda que trabalhou por muitos anos em CTI e que profissionais preparados saberiam como agir para reverter o quadro. “Sou intensivista e falo com muita prioridade: poderiam ter revertido esse quadro, mas não tinham estrutura para tal, não tinham profissionais qualificados para tal”.
Nathalie acrescentou ainda que a família não está brigando por dinheiro. “A clínica fez contato, querem devolver o dinheiro, pagar o enterro. Mas não é isso que a gente quer. É devolver o dinheiro e acabou? Nós queremos justiça, que a clínica pague, que a equipe médica pague o que aconteceu com a Amanda. Nada vai trazer ela de volta, mas nós queremos justiça para que isso não aconteça com outras famílias”, desabafou a tia de Amanda, que acompanhou todo o processo para liberação do corpo da jovem.
Muito abalada, a irmã de Amanda também foi até o Instituto Médico Legal nesta sexta-feira (10). “Eu a considerava não apenas uma irmã, mas uma amiga, uma mãe. Ela sempre esteve ao meu lado, me orientava, me protegia. Era uma mulher incrível”, disse emocionada Gabrielle Barros, única irmã de Amanda. Ela revelou ainda que ninguém da família sabia que Amanda faria o procedimento. “Só ficamos sabendo quando o Samu chegou. A clínica não nos informou nada até aquele momento. A gente ainda espera respostas”.
Amanda era dona de casa, mas havia se formado em administração em dezembro. A jovem que era casada há 15 anos e deixou três filhas, de 13, 12 e 9 anos, comemorou a chegada dos seus 30 anos em julho. Em suas redes sociais Amanda comemorou suas conquistas e alegou que 2024 foi um ótimo ano.
O procedimento custou cerca de R$10 mil e foi pago no pix.
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A clínica, em nota, afirmou que está prestando apoio à família e colaborando com as investigações. Porém, a tia de Amanda reiterou que “Não queremos dinheiro. Queremos justiça. A Amanda não volta mais, mas espero que o que aconteceu com ela não se repita com outra pessoa. Queremos que a clínica e os profissionais envolvidos sejam responsabilizados”, afirmou a tia.
A Secretaria Municipal de Saúde, por sua vez, informou que a clínica havia solicitado a revalidação da Licença de Funcionamento Sanitário em dezembro de 2024. Os impostos foram enviados no local em 17 de dezembro, identificando a falta de alguns documentos e dando prazo até o dia 17 de janeiro para que as adequações fossem feitas. Não foram encontradas irregularidades estruturais na unidade.
A Polícia Civil informou que o caso está em investigação e que os envolvidos já prestaram depoimentos.