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Policiais são acusados de 'roubarem' bocas de fumo em São Gonçalo e Itaboraí

Cinco policiais estão sendo investigados

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 21 de janeiro de 2025 - 09:39
Grupo, que se autodenomina “Fantasmas”, teria roubado armas, drogas e dinheiro de traficantes
Grupo, que se autodenomina “Fantasmas”, teria roubado armas, drogas e dinheiro de traficantes -

Uma investigação da Corregedoria Geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, divulgada pelo jornal Extra, aponta que policiais militares e um ex-PM estariam envolvidos em uma quadrilha especializada em assaltar pontos de venda de drogas em São Gonçalo e Itaboraí. Segundo um relatório da Corregedoria, o grupo, que se autodenomina “Fantasmas”, teria roubado armas, drogas e dinheiro de traficantes, utilizando armamento oficial da corporação.

A ação mais recente investigada ocorreu em setembro do ano passado, no acesso à comunidade do Buraco Quente, em São Gonçalo. Imagens de câmeras de segurança registraram dois homens rendendo traficantes de uma boca de fumo. O que parecia ser mais um assalto comum ganhou novos contornos com a apuração da corregedoria: um dos envolvidos seria o cabo Polycarpo, flagrado armado e de rosto descoberto, enquanto rendia dois “vapores” do tráfico. Ao todo, o assalto durou 47 segundos.

O relatório detalha que uma quadrilha, composta por três sargentos, dois cabos, um ex-cabo e dois moradores locais, já teria sido realizado pelo menos seis ataques semelhantes. Além de roubar a ‘boca de fumo’, as investigações apontam que os suspeitos negociavam drogas e armas com os criminosos. A corregedoria também identificou veículos usados ​​nas ações, como um Fiat Siena, um Mercedes-Benz e um Fiat Fiorino.

Os documentos revelam que os próprios membros do grupo se feriram em algumas ações. Em maio de 2024, o sargento Palhares foi baleado no ombro e socorrido por Policarpo após uma tentativa de assalto a uma boca de fumo em Itaboraí. O caso foi registrado inicialmente como uma tentativa de roubo na BR-493, mas a corregedoria aponta que a versão seria falsa.

Outro episódio ocorreu em junho, quando Polycarpo foi atingido na cabeça durante um confronto no Morro do Galão, em São Gonçalo. Novamente, ele foi socorrido por Palhares. Na ocasião, uma quadrilha usou um Fiorino roubado e uma Mercedes-Benz para o ataque.

O relatório chama atenção para o uso de armas e veículos oficiais nos crimes. Em um dos casos, Palhares disparou nove vezes com uma pistola Glock pertencente à corporação, durante uma suposta tentativa de roubo. A corregedoria destaca que os militares “se valem de suas prerrogativas” para cometer os crimes.

Repercussão e desdobramentos

A Secretaria de Polícia Militar informou que as investigações estão em andamento e são conduzidas de forma técnica, evitando divulgar informações que possam comprometer os trabalhos. Apesar disso, a corregedoria recomenda a abertura de um Inquérito Policial-Militar (IPM) para aprofundar as apurações.

Os policiais citados foram processados, mas não se manifestaram. Já Palhares, que concorreu ao cargo de vereador em Itaboraí em 2024, chegou a publicar nas redes sociais que foi alvo de atentados, sem mencionar as investigações que o ligam à quadrilha.

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