Policial é condenado a 10 anos de prisão por matar jovem com deficiência em Niterói
Jovem de 21 anos foi morto a tiros no Centro em 2018; policial vai responder por homicídio qualificado
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A Justiça do Rio condenou por homicídio qualificado o policial militar acusado pela morte de Ian da Silva Dias, jovem de 21 anos baleado no Centro de Niterói em junho de 2018. Após júri popular nesta terça (18), o agente Jorge Roberto de Sá Ayres foi sentenciado a 10 anos e 10 meses de prisão pelo caso, sem direito a recurso,
Um outro agente, que respondia por suposto envolvimento no caso, foi absolvido pela morte do jovem, que enfrentava comorbidades por conta de um diagnóstico de Síndrome de Marfan, condição genética que afeta o tecido conjuntivo. O resultado foi celebrado pela estudante de Direito Débora Luanda, mãe de Ian, que, antes do júri, participou de uma manifestação em frente ao Fórum Desembargador Enéas Marzano, no Centro, pedindo o fim da violência policial junto a outras mães de vítima.
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“A nós, que somos mães de jovens pretos, o Estado nega o direito ao sofrimento. A gente não pode chorar; a gente luta por justiça, que é uma luta desgastante, que nos adoece. Graças a Deus, ao Ministério Público, à investigação do Gaesp e a ter caído na mão de um bom investigador da DH de Niterói, eu tive sorte. Mas é uma exceção. não deveria ser, deveria ser a regra. Eu venci, mas não venci. Eu vencerei no dia em que todos os outros pais e mães de vítimas tiverem a mesma justiça ou, melhor, no dia em que nenhum de nós precise ingressar na Justiça pela morte dos nossos filhos”, disse Débora.