'Balada' acaba em tragédia na Zona Sul de Niterói
Caso aconteceu na manhã de ontem
Por Renata Sena
A ‘noitada’ de sexta-feira terminou de forma trágica para um grupo de cinco amigos que participaram de uma balada no Praia Clube São Francisco, na Zona Sul de Niterói. No início da manhã, um deles, o dentista Gilberto Ranhol Gomes, de 33 anos, tomou a pistola do policial civil Carlos Eduardo Freitas, lotado na 9ªDP (Catete) e matou o amigo Nelson Marques Peruci Neto, 34, e baleou o professor de jiu-jitsu, Wagner Oliveira Muniz, 33, dentro do carro em que estavam, na Rua Santa Rosa, em Santa Rosa.
A arma usada no crime é de um policial civil, que não foi baleado porque a pistola travou após o segundo disparo. Tudo ocorreu dentro de um carro, na Rua Santa Rosa, no bairro de mesmo nome, na Zona Sul de Niterói, no início da manhã de ontem.
O grupo retornava da ‘balada’ no Citroen C3 preto, placa KQY-2872, e parou em frente ao prédio de um dos jovens, Rafael Marques, que ia trocar de roupa e voltaria para levar todos em casa. Enquanto esperavam o retorno dele, Gilberto teria pegado a arma da cintura do policial, e atirado contra os amigos.
Nelson levou um tiro na cabeça e morreu no banco do carona do veículo. Wagner, que estava no banco traseiro, levou um tiro no pescoço, foi socorrido para o Hospital Estadual Azevedo Lima, no Fonseca, e transferido em seguida para o Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, onde está em estado grave. Na sequência, o policial teria conseguido desarmar Gilberto, quando a pistola travou. Desesperado, ele tentou socorrer os amigos, sem entender a situação. Na sede da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) ele não falou com a imprensa, mas prestou depoimento, e contou detalhes do caso. Segundo ele, nem depois do crime, Gilberto pareceu sair do surto. Ele teria permanecido o tempo todo próximo ao carro, bebendo água e aparentando tranquilidade. Preso em flagrante, Gilberto afirmou na DH não recordar dos fatos.
“É um caso muito delicado, o autor dos disparos não consegue afirmar o que aconteceu ao certo. Todos estão abalados. Já foi realizado exames toxicológicos para saber se houve uso de drogas e estamos trabalhando também com a possibilidade de surto”, explicou a delegada Bárbara Lomba, responsável pelo caso.
De acordo com amigos, que lotaram a delegacia chocados com o caso, Gilberto contou que cometeu o crime para cumprir uma ordem. “Ele disse que uma voz na cabeça dele mandou matar todo mundo”, contou uma amiga, que preferiu não se identificar. Agentes da Divisão de Homicídios seguem apurando o caso e buscam a o que motivou o crime. O corpo de Nelson foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) do Barreto, em Niterói, e deverá ser enterrado hoje.