Garota morta pelo tráfico em São Gonçalo sonhava ser policial
Pâmela completaria 15 anos no final deste mês
“Ela sonhava em ser policial, mas a trajetória dela foi interrompida. Minha ficha ainda não caiu. Ela era só uma criança”. O depoimento emocionado é de uma amiga da família da jovem Pâmela Jenifer Nunes da Silva, de 14 anos, encontrada morta junto com sua mãe Flávia Gama Nunes, de 33 anos, na última quarta-feira, no Capote, em São Gonçalo. Mãe e filha foram executadas com tiros na cabeça, por criminosos que disputam o controle do tráfico na região e são ligados à facção Amigos dos Amigos (ADA).
De acordo com amigos e familiares da jovem, Pâmela não era envolvida com nada ilícito, e que não haveria qualquer justificativa para o que aconteceu. Criada na Igreja, e com uma voz que encantava a todos, Pâmela chegou ensaiar no grupo de danças da congregação que seu pai e avós frequentavam, mas acabou deixando a igreja e se distanciando do dom que era exaltado por todos.
Apesar de cantar como “um passarinho”, dessa forma que os amigos a descreviam, o sonho dela era no futuro exercer carreira militar.
“Uma vez ela me disse que sonhava em ser policial e eu ri. Ela era bem magrinha e não tinha porte físico para isso. Mas sempre falei pra não deixar de estudar. As conversas eram sempre de apoio, eu tentava motivar ela a estudar mais, a buscar a Deus e não mentir. Ela era só uma criança passando pela puberdade. Tinha alguns hábitos que precisavam ser mudados e com o tempo ela iria amadurecer. Ela chegou a praticar lutas. Conversávamos muito e sabia que ela me admirava. Sobre a mãe dela eu não posso falar porque não a conhecia. Meu contato era com a família paterna dela”, contou uma amiga.
Pâmela iria completar 15 anos no próximo dia 26, e se preparava para retornar à escola.