PM ocupa Viradouro após tráfico cobrar 'imposto' para Prefeitura fazer obras em Niterói
Local é controlado pela facção criminosa Comando Vermelho
Uma obra de melhorias na infraestrutura do Complexo do Viradouro, em Santa Rosa, em Niterói, teria sido o motivo do processo de ocupação da Polícia Militar, iniciado hoje, nas comunidades que compõem a localidade. Lideranças do tráfico, ligadas a facção criminosa Comando Vermelho (CV), teriam imposto uma taxa de R$ 20 mil para a Prefeitura de Niterói realizar o processo de manutenção e melhorias das localidades conhecidas como Viradouro e Morro da União, ambas no mesmo bairro. A medida teria desagradado o prefeito Rodrigo Neves (PDT) que teria se reunido com o governador Wilson Witzel (PSC), nesta semana, e o mandatário estadual teria ordenado a ocupação do complexo de favelas localizado na Zona Sul de Niterói. Com investimentos em torno de R$60 milhões, a região seria contemplada com rede de drenagem, pavimentação, contenção de encostas e áreas de lazer.
No inicio da noite desta quarta-feira (19), o comandante da unidade, o tenente-coronel Sylvio Guerra, divulgou uma nota explicando o processo de ocupação das comunidades que integram o Complexo do Viradouro. De acordo com ele, o objetivo da ação é aumentar a sensação de segurança nessas localidades e restabelecer a sensação de segurança naquela região, controlada pelo Comando Vermelho. Na manhã desta quarta, agentes do COE realizaram uma operação na localidade, que terminou com um morto, um preso e um fuzil apreendido, além de granadas, drogas e rádios transmissores.
"Em todo o momento, o mais importante é o seu apoio, população de Niterói, principalmente por parte dos moradores desses locais que fazem parte da ocupação. Nos ajude a combater esse crime, denuncie através dos números: (21) 2253-1177, (21) 2717-6865 e (21) 97252-0213, o seu anonimato é garantido", diz um trecho da nota.
De acordo com a PM, o processo de ocupação será desenvolvido em três fases, sendo a primeira, já em vigor, realizada pelo Comando de Operações Especiais (COE). Já a segunda e a terceira fase serão realizadas pelo Batalhão de Choque (BPChq) e pelo 12ºBPM (Niterói), respectivamente. As ações contarão com cabines blindadas e diversos pontos de baseamento e ocupação no interior e no entorno das comunidades. A ocupação também contará com o apoio da Prefeitura de Niterói, através do convênio com o Programa Estadual de Integração de Segurança (Proeis).
Questionada sobre a "taxa" imposta pelo tráfico, a Prefeitura de Niterói ainda não respondeu a solicitação. Assim que obtivermos resposta, incluiremos, em sua totalidade, na matéria.