Hospital de Itaboraí passa a integrar o Programa Estadual de Transplantes
No mês dedicado à conscientização e ao incentivo à doação de órgãos, mais uma unidade de saúde passa a fazer parte do PET
Hospital Estadual João Batista Cáffaro, em Nancilândia, Itaboraí, começou a realizar captação de córneas. O procedimento vai ajudar a recuperar a visão dos mais de 24 mil pacientes que aguardam na fila por um transplante de córneas no Brasil.
" É muito gratificante saber que a nossa unidade de saúde passa a contribuir para redução da fila de espera por transplantes de córneas. A realização de transplantes está diretamente relacionada à doação de órgãos e o ato de doar significa dar uma nova chance de vida a alguém. Quem recebe esta doação tem a chance de um recomeço", afirma a médica Juliana Nogueira.
Importante unidade de retaguarda na Região Metropolitana II, o Cáffaro, que integra o Complexo de Saúde Alberto Torres, formado pelo Hospital Estadual Alberto Torres (Heat) e a UPA do Colubandê, ambos em São Gonçalo, também efetivou protocolo para captação de órgãos, pele e ossos junto a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Heat.
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“Assim que a equipe médica do Cáffaro abrir um protocolo de morte encefálica, vamos solicitar a família a doação dos órgãos. Caso acorra o aceite, traremos o paciente até o Hospital Alberto Torres para fazer a captação”, explica o médico Sandro Montezzano, coordenador do CIHDOTT do Heat.
A captação de órgãos, pele e ossos não pode ser realizada no Cáffaro pois a unidade não conta com centro cirúrgico. O hospital recebe pacientes estabilizados das urgências e emergências de várias unidades do Estado e que precisam dar seguimento a assistência clínico-cirúrgica e reabilitação e de exames complementares para fechar diagnóstico ou necessitam de cuidados paliativos. Esta semana a unidade ganhou mais 20 leitos de Unidade Intensiva e três admissionais.
No Brasil, 24.319 pacientes estão na fila de espera por um transplante de córnea, tendo o número dobrado entre 2019 e 2022. É o que aponta um levantamento feito pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), com informações do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). No Rio de Janeiro, segundo os órgãos, são 4.106 pacientes aguardando.
A córnea é um tecido transparente que fica na parte da frente do olho. Se a córnea embaça a pessoa pode ter a visão comprometida. Mas a cirurgia pode recuperar a visão em mais de 90% dos casos de pessoas que têm alguma deficiência visual.