Antes do Instagram: como o Partiu.com marcou as noitadas de São Gonçalo nos anos 2000
Aprecie sem moderação essa viagem ao passado no segundo capítulo da série 'Uma História de Respeito'
Voltamos para a primeira década dos anos 2000. Você é adolescente ou jovem adulto. Estamos numa noite qualquer do final de semana e a regra é somente uma: procurar um dos meninos com a camisa preta e a logo coral. Afinal, foto boa se faz no início de festa, enquanto o batom tá certinho e os meninos ainda estão com gel no topete. E aí, já viu alguém do Partiu por aí?
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Não importa a idade ou sexo, se você queria uma fotografia sua na noitada da vez, eram os meninos do Partiu.com que te salvavam. Também eram eles que te ferravam, já que todos lembramos que as manhãs seguintes eram marcadas por namoradas e ficantes que achavam seus parceiros nas fotos e questionavam a presença deles por lá.
Mas, vamos focar no que é bom? Hoje, você aí com 30 ou 40 e poucos anos, se eu falar do Partiu você lembra de quem? Do André, né? André Rangel, tem 43 anos e ficou tão conhecido pelo trabalho no site que as histórias se fundiram e André até hoje é conhecido como André Partiu.
Mas, aí vem uma curiosidade. Você sabia que o André não é o fundador da marca? Ele entrou no Partiu.com na festa de um ano do site, só para ajudar os amigos que já faziam o evento. Mas, aí, né? Farra, festa e curtição de graça, André foi ficando…e a camisa preta com Partiu escrito dentro de uma arte coral, que começou sendo usada por ele como bilhete de entrada nas noitadas, virou manto sagrado e ofício de vida. André passou a se dedicar a realizar eventos, conheceu a esposa Camila, criou uma empresa com o nome da marca e abraçou a ideia de ser o André Partiu.
O site foi o pioneiro no mundo das fotografias digitais em eventos de São Gonçalo. Começou em 2000 e, pasmem, existiu até 2016. Para a geração Z, eu vou explicar como funcionava.
Na época que vocês consideram ser dos incas ou astecas, ou popularmente dos pais de vocês, não existiam câmeras de baixo custo (telefone que tirava foto nem pensar!) e, por isso, não era fácil registrar os looks do dia ou uma foto com os amigos. Então, de forma revolucionária, os meninos criaram o Partiu.com. Eles iam para as festas e noitadas, tiravam fotos dos amigos, dos casais e, se você fosse mais ‘prafrentex’, somente sua, e no dia seguinte, bem cedo, eles liberavam essas fotos no site deles. Era isso. Uma espécie de Instagram compartilhado.
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Era foto, legenda de onde a foto foi tirada e fé. Cabia a você, nobre jovem, a tarefa de se encontrar ali, no meio de centenas de imagens, para baixar a sua fotografia e guardar. Em 2004, os jovens puderam soltar essas imagens, com baixa resolução e com aparência duvidosa, no saudoso Orkut, a mãe de todas as redes sociais. Mas, como um típico pai dos anos mais primórdios, em 2014, o Orkut saiu para comprar cigarro e nunca mais voltou. Levou consigo todas as nossas imagens (ops, nossas não. Imagens da galera de 30 ou 40 anos. Eu sou jovem!) e deixou duas gerações cheias de lembranças e com pouquíssimas imagens para provar que já foram super magros, já tiveram cabelos ou até que já namoraram com fulano de tal.
E isso! No Caneco 90 ou no Castelo das Pedras. Na Festa do Sinal ou na do Beijo. No Churras Partiu ou na Noite do Real. Se você viveu a época onde era necessário ficar sentado em frente ao som para a gravar a música preferida e no meio do hit o DJ Marlboro soltava a vinheta:“É Big Mix, oh mané”, e você perdia a gravação, você, provavelmente, fez parte do time que já se procurou numa foto do Partiu e, aposto, que metade de vocês nunca reparou que o P do Partiu, é formado por duas pernas que te convidavam para ir.
Não à toa, o site abriu portas para diversos outros sites gonçalenses fazerem o mesmo trabalho e, por fim, os jovens passaram a se procurar em diversos outros portais de imagens.
Mas, com briga, com reclamações ou se achando uns gatos, depois de verem as imagens, a única saída era marcar outra saída. E aí, qual era o seu destino preferido? Você lembra da melhor equipe de som do Brasil?
Leia no próximo capítulo como a história da Furacão 2000 se funde com a história de São Gonçalo. Afinal, do lado de cá da poça sempre vivemos uma ‘História de respeito’!