Bolsonaro tenta marcar com STF antes de pronunciamento; ministros resistem
Segundo fontes, ministros do Supremo entendem que presidente deve reconhecer resultado antes de reunião
O presidente Jair Bolsonaro (PL) está aguardando uma reunião com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para se pronunciar a respeito de sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleições presidenciais. Apesar disso, fontes próximas à instância afirmam que a proposta de encontro foi recebida com reservas pelos membros do Tribunal.
Segundo informações confirmadas pelo jornal "O Globo", alguns dos integrantes do STF acreditam que uma reunião com o chefe do Executivo deveria acontecer depois de um pronunciamento oficial de Bolsonaro a respeito do resultado da apuração do processo eleitoral. Desde a divulgação da vitória de Lula, o presidente manteve silêncio sobre o assunto e não se manifestou publicamente.
Os relatos escutados pelo veículo reforçam que um encontro do tipo deveria ter caráter institucional e pauta divulgada. Ainda de acordo com as informações, alguns ministros estariam receosos de que a reunião pudesse simbolizar um consentimento do Tribunal para o eventual posicionamento do presidente.
Bolsonaro esteve com alguns dos ministros de seu governo na manhã desta terça (01/11), no Palácio da Alvorada. O presidente de sua sigla, Valdemar Costa Neto (PL), e seu filho, senador Flávio Bolsonaro (PL), também estiveram presentes. Flávio, que coordenou a campanha à reeleição do pai, foi o primeiro membro da família de Bolsonaro a comentar publicamente o resultado da votação.
Enquanto o presidente não se posiciona, alguns de seus apoiadores se reuniram, desde a noite do domingo (30/10), para se manifestar contra a derrota do candidato do PL, em protestos por todo o país. Nas manifestações, diversas rodovias federais foram bloqueadas e tiveram seu tráfego impedido por horas. O Supremo decidiu, na noite de segunda (31/10), que a Polícia Rodoviária Federal tomar as medidas necessárias para desfazer as interdições forçadas pelos manifestantes.