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PF investiga esquema de tráfico internacional de armas que usava homem como laranja

Agentes investigam a utilização de empresas de fachada para lavar o dinheiro proveniente do tráfico

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 06 de janeiro de 2024 - 22:42
O casal Diego e Julieta está foragido há mais de um mês
O casal Diego e Julieta está foragido há mais de um mês -

Um homem, de 55 anos, que trabalha como agricultor, está sendo apontado como proprietário de uma empresa fictícia no Distrito Federal, utilizada em um esquema de tráfico internacional de armas de fogo. De acordo com investigação da Polícia Federal (PF), uma empresa do Paraguai estava envolvida no tráfico de armas do leste europeu e da Turquia para as duas principais facções criminosas do Brasil: o PCC e o CV.

Os líderes do grupo, identificados como Diego Hernan Dirisio e Julieta Vanessa Nardi Aranda, são considerados foragidos desde o dia 5 de dezembro, quando a PF conduziu a Operação Dakovo, visando 26 pessoas relacionadas ao esquema criminoso. Conforme a PF, diversas empresas no Brasil, Paraguai e Estados Unidos foram utilizadas em um grande esquema de lavagem de dinheiro, que tem como sua origem, o tráfico de armas.

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A investigação apontou ainda, Raimundo Nascimento Pereira, como sócio da Bravo Brasil Iphones Ltda, supostamente localizada em Águas Claras, Brasília (DF). De acordo com os policiais, a empresa funcionava como uma fachada para a conta bancária, que os criminosos usavam para efetuar pagamentos relacionados ao tráfico de armas e drogas. A conta seria operada por Angel Flecha, considerado como um ‘intermediador’ na venda de armas para as principais facções criminosas brasileiras.

Segundo informações, tudo indica que a Bravo Brasil seria uma empresa de fachada, com Raimundo atuando como "laranja", uma vez que o endereço onde a Bravo Brasil foi cadastrada, na verdade, pertence a outra empresa legítima, e além disso, a Bravo não possui funcionários com carteira assinada, mesmo movimentando altas quantias de dinheiro.

No entanto, apesar de Raimundo ser registrado como “dono” da empresa, seu histórico chama a atenção da polícia. Até o início de 2023, o homem trabalhava como doméstico e trabalhador agropecuário, sendo analfabeto e sem ao menos possuir uma carteira de motorista ou veículos. Durante a pandemia de Covid-19 em 2020, ele ainda recebeu auxílio emergencial de R$ 600, o que, para a PF, reforça a suspeita de que ele era um "laranja".

Raimundo também é apontado como sócio da Bravoshop Plataforma de Vendas Online Ltda, que, segundo a PF, também era um meio de lavar o dinheiro do tráfico de armas. Um dos homens registrados como sócio da Bravoshop, o servidor do Ministério Público Federal, Wagner Vinicius de Oliveira Miranda, também está sendo investigado por envolvimento no esquema de tráfico de armas e foi afastado de suas funções. Por esse motivo, Wagner não é mais sócio na Receita Federal.

Em julho de 2022, o servidor teria depositado R$50 mil em espécie na conta da empresa fictícia Bravo Brasil. Meses depois, em outubro do mesmo ano, outro depósito, dessa vez, de R$100 mil em espécie.

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